quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


Na hora de prescrever os antibióticos mais usados para combater infecções, em adultos, a maioria dos médicos não faz os ajustes necessários na dose contemplando o peso corporal do paciente.

Em um editorial publicado este mês na revista científica “The Lancet”, médicos gregos defendem a necessidade urgente de mais estudos clínicos que indiquem com segurança quando e em quanto aumentar as doses de medicamentos para garantir a eficácia em obesos e pessoas acima do peso.

Escrito pelo médico Drosos Karageorgopoulos, professor do Instituto Alfa de Ciências Biomédicas de Atenas, na Grécia, e seu colega Matthew Falagas – este também professor da Escola de Medicina da Universidade de Tufts, em Boston, nos Estados Unidos – o editorial defende que os dados científicos disponíveis atualmente mais do que justificam a necessidade de adequação das doses, especialmente com a crescente epidemia de obesidade enfrentada em escala mundial.

Para reforçar sua reivindicação, no editorial os médicos citam um exemplo hipotético: um homem com pneumonia, que pesa 90 kg e mede 1,90m tem o dobro de massa magra que uma mulher que pesa 56 kg e mede 1,50m. E ambos tem o mesmo índice de massa corporal: 24,9 kg/m2. No entanto, de acordo com as orientações atuais de tratamento, esses pacientes que recebem a mesma dose de antibióticos.

"Acreditamos que a adaptação das doses em adultos para as características físicas de cada paciente é uma forma importante de atingir eficácia e segurança máxima da terapêutica. Este objetivo parece cada vez mais importante, considerando a proporção crescente dos pacientes atendidos na prática clínica, que têm vários fatores de risco para aquisição de infecção ou insuficiência de mecanismos de resposta imunológica à infecção" escreveram os médicos na publicação.

Em relação às crianças, os autores acrescentaram: "As considerações sobre a administração de antibióticos apropriados para pacientes adultos também poderá ser necessária para crianças, já que a proporção delas que estão com excesso de peso também aumenta na população em geral”.

No editorial a dupla propõe também soluções para evitar que os médicos tenham de realizar complicadas fórmulas matemáticas na hora de adaptar as doses a pacientes que não se encaixam nos padrões médios que baseiam a esmagadora maioria das orientações de administração de medicamentos. Segundo eles, estas dificuldades poderiam ser ultrapassadas com o uso de novas tecnologias, tais como computadores portáteis com sistemas computadorizados de administração de doses

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